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Hoje, entre sombras e luzes, escrevo para vocês, mulheres que foram tempestades e brisas, que incendiaram meu peito e depois o deixaram em cinzas. Cada uma de vocês foi um verso em meu poema, uma nota na sinfonia desordenada da minha vida. Amo-as ainda, não como antes, mas de um modo mais profundo, mais quieto, como se ama o passado: com um sorriso triste e um brilho nos olhos.
Às que me amaram:
Seus nomes ainda ecoam em meus silêncios. Lembro-me de seus corpos como se fossem mapas que me guiaram para dentro de mim mesmo. Havia algo de sagrado em como me olhavam, como se eu fosse digno de algo maior do que eu mesmo. Vocês me deram o amor que eu não sabia que merecia, e por isso sou eternamente grato. Seus beijos eram promessas, seus abraços, refúgios. E mesmo que o tempo tenha apagado o fogo, o calor ainda permanece, como brasas que nunca se extinguem.
Às que me deixaram:
Vocês foram as professoras mais severas, mas também as mais sábias. Quando partiram, levaram pedaços de mim que eu nunca recuperei — e talvez não devesse. A dor que deixaram foi como um inverno longo e escuro, mas foi nesse frio que aprendi a crescer. Hoje, olho para trás e vejo que cada adeus foi necessário. Vocês me ensinaram que o amor não é posse, mas liberdade. E que, às vezes, amar é saber soltar.
Às que já não amo:
O tempo é um alquimista. Transformou o ouro da paixão em prata da memória. Hoje, não sinto mais o ardor que um dia me consumiu, mas guardo vocês em um lugar tranquilo do meu coração. Foram capítulos importantes, mas o livro seguiu adiante. Desejo-lhes paz, como a que encontrei ao deixar ir o que já não me pertencia.
Às que compartilharam minhas lascívias
Ah, vocês… Como esquecer o fogo que nos uniu? Não foi apenas carne, foi algo mais primitivo, mais verdadeiro. Em seus corpos, encontrei não apenas prazer, mas uma linguagem que não precisa de palavras. Vocês me mostraram que o desejo pode ser um ritual, uma dança, uma oração. E mesmo que não tenha havido amor, houve respeito, houve verdade. E isso, talvez, seja uma forma de amor também.
Epílogo
A vida é feita de encontros e desencontros, de amores que duram uma noite e outros que duram uma vida inteira. Hoje, olho para trás e vejo que cada uma de vocês me moldou, me transformou, me fez quem sou. E mesmo que nossos caminhos tenham se separado, carrego um pedaço de cada uma em mim. Por isso, escrevo: não como um lamento, mas como um tributo. Porque o amor, em todas as suas formas, é a coisa mais bela que podemos viver.
Ronaldo Poeta