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Por Ronaldo Poeta

Há algo de peculiar nos finais de ano. Não importa quão pesados tenham sido os dias, a chegada de dezembro nos força a olhar para trás, como quem revisita uma estrada cheia de curvas. Este ano, porém, não foi só uma estrada; foi um labirinto.

Perdi pessoas, perdi sonhos, perdi a calma. Separações me rasgaram, decepções me roubaram o ar. Por vezes, me senti só, despido de forças, sem saber onde encontrar abrigo. Mas, ainda assim, os dias continuaram a nascer, como se o sol insistisse em me lembrar que a vida não para, mesmo quando tudo parece desmoronar.

E, na continuidade dos dias, fui reencontrando a mim mesmo. Aprendi que crescer não é um processo limpo ou linear; é dolorido, suado, cheio de contradições. Crescer é descobrir que as perdas não nos definem, mas nos moldam. É perceber que superar não significa esquecer, mas aprender a carregar com leveza o que antes era um peso insuportável.

Agora, neste ponto da caminhada, sinto que não sou o mesmo de janeiro. Algo em mim mudou. Talvez seja a força de quem não desistiu, mesmo quando era difícil acreditar. Talvez seja a sabedoria de quem aprendeu a acolher os próprios erros, os próprios limites. Talvez seja apenas o tempo, que nunca deixa de nos ensinar, mesmo quando não queremos ouvir.

O que importa é que cheguei aqui. Mais forte, mais inteiro, mais certo de que a vida, apesar de tudo, vale a pena. Que venham os novos dias, as novas histórias, os novos desafios. Estou pronto, porque aprendi a renascer.

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Renascer ao Fim de Um Ano

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